Fotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da ÁguaFotografia: Museu da Água,  © Museu da Água


Identificação do Monumento:

Aqueduto das Águas Livres

Outra designação:

Aqueduto das Águas Livres

Localização:

Lisboa, Lisboa, Portugal

Contact DetailsAqueduto das Águas Livres
Museu da Água
Rua do Alviela a Santa Apolónia, 12
1170-012 Lisboa
T : +351 21 810 0215
F : +351 21 810 0202
E : pinacio@epal.pt
EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres SA (Responsible Institution)

Data:

1731–1799

Artistas:

Arquitecto e engenheiro português Manuel da Maia (1677–1766); arquitecto e engenheiro italiano Antonio Canevari (1681–1764); arquitecto e engenheiro português Custódio Vieira (c.1690–c.1744); arquitecto e engenheiro húngaro Carlos Mardel (c.1695–1763); outros arquitectos e engenheiros húngaros desconhecidos. Fontes: engenheiro Miguel Ângelo Blasco (activo 1769–1770); arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos [n.d.].

Tipologia do monumento:

Arquitectura civil; arquitectura da água.

Encomendado por:

Município de Lisboa; rei D. João V.

Historial:

No começo do reinado de D. João V, a situação do abastecimento de água a Lisboa era de quase ruptura. A população acorria aos chafarizes da parte velha da cidade, onde as disputas pela posse da água assumiam grande violência. A água era um bem escasso e dispendioso, sujeito a especulação por parte dos aguadeiros. Para obviar a este estado de coisas, Cláudio do Amaral, procurador de Lisboa Ocidental, propôs, em 1723, o estudo dos mananciais das Águas Livres de Belas com o intuito de promover a sua condução a Lisboa. O rei apoiou esta decisão e conferiu-lhe meios de execução. Logo em 1729 foram lançados impostos sobre alguns géneros que entravam na cidade (carne, vinho, palha, azeite e sal), com a finalidade de reunir a soma necessária para o arranque da edificação do aqueduto que partisse daquelas fontes. Em 1731, iniciaram-se as obras do Aqueduto e, em 1744, chegaram a Lisboa as primeiras águas conduzidas pelo empreendimento, embora as obras só tenham ficado concluídas por volta de 1799.

Descrição:

O Aqueduto possui três partes constituintes principais: as mães de água, no arranque do percurso junto às nascentes, no Vale de Carenque; o aqueduto e a as respectivas ramificações pela cidade com 58,135 quilómetros de extensão, de que faz parte a arcaria sobre o Vale de Alcântara, com 941 m de comprimento e 35 arcos, 14 dos quais ogivais o os restantes de volta inteira; e a Mãe de Água das Amoreiras, ponto do chegada da água à cidade, ampla construção abobadada, provida de um depósito com cerca de 5500 m3 de capacidade. No conjunto da grande obra, é evidente a influência estética da Aula dos Paços da Ribeira, da qual Manuel da Maia foi mestre. Caracteriza-se pela simplicidade de meios e pela eficácia de objectivos. A contenção formal era perfeitamente justificável para um empreendimento desta natureza, que exigia uma seriação dos materiais e dos talhes a utilizar com vista a uma maior racionalização de meios. Surpreende pelo arrojo técnico a enorme altura a que sobem as flechas dos arcos do Aqueduto no Vale de Alcântara, sendo de realçar o contributo de Custódio Vieira e do seu saber de engenharia de guindagem. A obra do Aqueduto tornou-se numa afirmação de um “modo de fazer” tradicional, “à portuguesa”. Trata-se de uma gigantesca operação de glorificação do rei e de transformação da cidade. O Aqueduto é, ele próprio, uma alegoria ao “romano”, quer dizer, imponentemente “imperial” na sua monumentalidade e, até, no seu posicionamento geográfico. Na Mãe de Água das Amoreiras, a escassa ornamentação é compensada pela escala do empreendimento e pela imposição das vastas paredes despidas e solenes, como se o edifício fosse, de facto, um templo das águas. Aliás, tudo aqui parece provar a intenção de criar um lugar de destaque na topografia monumental da Lisboa joanina, que era modesta, por sinal. Trata-se de um caso de claro empenhamento “barroco” na monumentalização da cidade capital, aliás, clarificada pela poética inscrição joanina do exterior da Casa do Registo (à ilharga da Mãe de Água): Nayadum, Olisiponensiu Urbana Domus intus Aquae dulces. Anno Domini 1748.

View Short Description

Aqueduto para captação, condução e distribuição de águas à cidade de Lisboa, segundo o sistema clássico da gravidade. Estrutura a céu aberto e em galeria subterrânea, com “mães de água” ao longo do seu percurso, sendo as principais junto ao manancial de origem. Dotado de obras anexas, ramificações e chafarizes.

Como foi estabelecida a datação:

Evidência histórica e análise estilística.

Special features

Arcaria sobre o Vale de Alcântara

Campolide

1731–1747

Manuel da Maia (1677–1766), Custódio Vieira (c.1690–c.1744)

A obra utiliza, de novo, o arco ogival em alguns dos seus arcos maiores na travessia do Vale de Alcântara. Curiosamente, algumas pedras do Aqueduto possuem siglas de pedreiro, hábito que se havia perdido mas que surge recuperado, numa quase revivescência medieval e corporativa.

“Mãe de Água” das Amoreiras

Praça das Amoreiras, Lisboa

1748

Carlos Mardel (c.1695–1763)

A Mãe de Água das Amoreiras foi projectada por Carlos Mardel. A sua monumentalidade é tão grande que se pode dizer que constitui um verdadeiro templo cívico às “águas livres”. Uma antecâmara precede um vasto rectângulo que abriga um depósito profundo. A grande discrição formal, conjugada com uma sábia gestão dos volumes, confere uma monumentalidade inédita a uma obra de fundo utilitário.

Arco da Rua das Amoreiras

Rua das Amoreiras

1746–1748

Carlos Mardel (c.1695–1763)

Devido ao risco do Carlos Mardel, o Arco da rua das Amoreiras foi construído de l746 a l748. Trata-se do uma obra monumental, perpendicular ao troço final do aqueduto e sobre o qual – numa combinação inédita – correm as galerias de águas que provêm de Alcântara, antes da angulação em direcção à Mãe d’Água. Enquadra a rua das Amoreiras e constituía uma “entrada”, como se de um arco de muralha se tratasse, realçando o estatuto excepcional desta obra hidráulica.

Fonte do Largo do Carmo

Largo do Carmo

1769–1770; 1786

Atribuída ao engenheiro, Miguel Ângelo Blasco (activo 1769–1770) e ao arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos [n.d.]

Partindo do reservatório da Mãe d’ Água das Amoreiras, um segundo aqueduto distribuía a água através de uma rede de fontes dispersas na cidade, algumas das quais ainda se mantêm. Construída pelo engenheiro Miguel Ângelo Blasco, em 1769, a fonte do Carmo foi redesenhada por Reinaldo dos Santos, em 1786.

Fonte do Obelisco de S. Paulo

Largo de S. Paulo

1774; 1848

Desenho: Reinaldo Manuel dos Santos [n.d.]; adaptado por Malaquias Ferreira Leal (1790–1855)

Partindo do reservatório da Mãe d’Água das Amoreiras, um segundo aqueduto distribuía a água através de uma rede de fontes dispersas na cidade, algumas das quais ainda hoje se mantêm. Desenhada por Reinaldo dos Santos, em 1774, só veio a ser construída em 1848, com ligeiras alterações em relação ao plano inicial, a cargo de Malaquias Ferreira Leal.

Bibliografia seleccionada:

Sequeira, G. M., Catálogo da Exposição Cultural Relativa ao Aqueduto das Águas Livres e Abastecimento de Água à Cidade de Lisboa, Lisboa, 1940.
Santos, E. dos, “Manuel da Maia e o Aqueduto das Águas Livres”, in Revista Municipal, Lisboa, Ano XIII, nº. 94, 3º trimestre, 1962.
França, J.-A., Lisboa Pombalina e o Iluminismo, Lisboa, 1977.
D. João V e o Abastecimento de Água a Lisboa, Catálogo de Exposição, 2 vols, Lisboa, 1990.
Caetano, J. de O., Chafarizes de Lisboa, Lisboa, 1991.

Citation:

Paulo Pereira "Aqueduto das Águas Livres" in "Discover Baroque Art", Museum With No Frontiers, 2024. https://baroqueart.museumwnf.org/database_item.php?id=monument;BAR;pt;Mon11;27;pt

Autoria da ficha: Paulo PereiraPaulo Pereira

APELIDO: Pereira
NOME PRÓPRIO: Paulo

ORGANISMO: Faculdade de Arquitectura, Universidade Técnica de Lisboa

CARGO/FUNÇÃO: DOCENTE UNIVERSITÁRIO

CV:
Historiador de Arte. Conferencista convidado em diversos seminários e congressos em Portugal, Espanha, França, Itália, EUA e Brasil. É autor e coordenador de várias obras sobre a História da Arte Portuguesa, algumas das quais galardoadas. Comissariou exposições em Gand, Bruxelas, Berlim e Portugal, em cujos catálogos colaborou. Foi Chefe da Divisão de Museus da Câmara Municipal de Lisboa e Vice-Presidente do IPPAR, actual IGESPAR. É docente da Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa.

Número interno MWNF: PT 27

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