D. João V bebendo café e chocolate
Lisboa, Lisboa, Portugal
Museu Nacional de Arte Antiga
Colecção de Marquês da Foz
Museu Nacional da Arte Antiga
1720 (miniatura); primeiro quartel do séc. XVIII (moldura de prata)
A. Castriocto (miniaturista) (Desconhecido, Itália (at.))
58 Min, 1717 Our
Pintura: têmpera em marfim; moldura: prata repuxada e cinzelada.
Altura: 12 cm; largura: 12 cm (miniatura); altura: 27 cm; largura: 20.2 cm (moldura de prata)
Colecção de Marquês da Foz.
Miniatura.
Lisboa.
Este conjunto de miniatura com moldura de prata ostentando as armas reais é um dos poucos testemunhos da opulenta arte produzida pela corte joanina que sobreviveu ao terramoto de 1755. De acordo com a tradição familiar dos Marqueses da Foz, a quem pertencia esta miniatura, a cena representa D. João V tomando chocolate, servido pelo duque de Lafões em sua casa. Porém, a data de 1720, registada no canto da miniatura, impossibilita tal identificação, uma vez que o duque, nascido em 1718, contava nesta altura apenas dois anos de idade. A hipótese mais plausível é que a pessoa representada seja o príncipe D. Miguel de Bragança, meio-irmão do rei e pai do futuro duque de Lafões que seria, então, a criança que se vê na representação. As restantes figuras, tradicionalmente identificadas como os marqueses de Angeja e do Alegrete, bem como o próprio pintor e um capelão da casa, nunca foram consistentemente contestadas ou confirmadas.
São significativos os objectos que intervêm na composição: os utensílios da prática da pintura e os objectos ligados a duas das bebidas então ainda exóticas, o chocolate e o café, que haviam entrado na moda entre a aristocracia portuguesa, tal como no resto da Europa.
Apesar do ambiente descontraído e jovial da cena, a pesada etiqueta e a hierarquia da Corte joanina estão presentes na estruturação da composição, que se encontra dividida em duas metades, com as três figuras de maior peso hierárquico do lado esquerdo.
Nada se sabe sobre a identidade do miniaturista. De acordo com o seu apelido, poderá ser um dos muitos artistas italianos que vieram trabalhar para Portugal no reinado de D. João V. A moldura apresenta decoração vegetalista de acantos, volutas e concheados em prata recortada, repuxada e cinzelada, característica do primeiro quartel de setecentos. É encimada por um escudo coroado com as armas reais portuguesas, sustentado por dois putti tenentes. Um mascarão existente ao centro é característico desta fase do barroco. Um friso cinzelado com folhas de loureiro serve de enquadramento interno à cena da miniatura.
Pintura em miniatura, emoldurada em prata com o brasão real e representando D. João V de Portugal, rodeado por um grupo de cortesãos que lhe servem café e chocolate.
Inscrição (miniatura); análise estilística (moldura).
Aquisição em 1915.
Catálogo do leilão dos objectos d'arte e mobiliário antigo, Lisboa, 1901, cat. 575.
D'Orey, L., Le langage des orfèvres du Portugal, Lisboa, 1988, cat. 28.
Rocca, S. et al., Roma Lusitana – Lisbona Romana: guida alla mostra, Rome, 1990–1991, cat.106.
Teixeira, J., “Le roi D. João V buvant du chocolat dans la compagnie de l'Infant D. Miguel”, in Le Triomphe du Baroque, Brussels, 1991, cat. I/10.
Direitos de autor fotografias: Divisão de Documentação Fotográfica/ Instituto dos Museus e da Conservação, I.P.
Alexandra Markl (miniatura), Leonor d’Orey (moldura de prata) "D. João V bebendo café e chocolate" in "Discover Baroque Art", Museum With No Frontiers, 2024. https://baroqueart.museumwnf.org/database_item.php?id=object;BAR;pt;Mus11_A;29;pt
Autoria da ficha: Alexandra Markl (miniatura)Alexandra Markl (miniatura)
APELIDO: Markl
NOME PRÓPRIO: Alexandra
ORGANISMO: Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa.
CV:
Historiadora de Arte. Conservadora da colecção de Desenho do Museu Nacional de Arte Antiga desde 2000., Leonor D’Orey (moldura de prata)Leonor d’Orey (moldura de prata)
APELIDO: D’Orey
NOME PRÓPRIO: Leonor
ORGANISMO: Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa
CARGO/FUNÇÃO: Conservadora das Colecções de Ourivesaria e Joalharia
CV:
Leonor d’Orey, licenciada em Filologia Germânica, é, desde 1980, Conservadora das colecções de Ourivesaria e Joalharia do Museu Nacional de Arte Antiga. Foi Comissária de várias exposições e publicou diversas obras sobre Ourivesaria e Joalharia.
Número interno MWNF: PT 32
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