Basílica do Sagrado Coração de Jesus
Basílica da Estrela
Lisboa, Lisboa, Portugal
1779–1790
Arquitectos: Mateus Vicente de Oliveira (1706–1786), Reinaldo Manuel dos Santos (n.d.–1790). Escultores: Joaquim Machado de Castro (1731–1822), Alexandre Gomes [n.d.], João José Elveni (activo em 1747), José Joaquim Leitão (1731–1811), José Patrício (activo entre 1779–1789), Faustino José Rodrigues [n.d.], Giovanni Chiari (activo em 1807–08; 1812–17). Pintor: Pompeo Batoni (1708–1787).
Arquitectura religiosa; basílica e convento.
Rainha D. Maria I.
Em 1760, aquando do seu casamento, D. Maria I, filha de D. José, fez a promessa de construir uma igreja se tivesse um herdeiro para o trono, mas o herdeiro morreu ainda antes de a Basílica estar pronta. Em 1781, o convento estava pronto para receber a Ordem Carmelita. No mesmo ano, o pintor italiano Pompeo Batoni executou a pintura do altar-mor. Em 1783, o escultor Joaquim Machado Castro fez o Presépio em terracota, que ainda hoje se encontra no local, composto por cerca de quinhentas figuras. Em 1789, a Basílica foi inaugurada como a primeira igreja consagrada ao Sagrado Coração de Jesus.
A Basílica foi construída em anexo ao convento da Ordem Carmelita. O monumento tem um frontão na fachada, decorado com um delta em baixo-relevo, ladeado por duas torres sineiras, ligeiramente recuadas relativamente ao corpo principal da fachada. Sob o frontão, encontra-se um alto-relevo representando a Adoração do Sagrado Coração de Jesus. Sob as quatro colunas, na fachada, encontram-se quatro esculturas representando a Fé, a Devoção, a Gratidão e a Liberalidade. Em quatro nichos, estão as estátuas de Santa Teresa de Ávila, Santa Maria Madalena de Passi, Santo Elias e São João da Cruz.
No interior, o pavimento é de pedra lioz rosa, preta e branca, formando elementos vegetalistas e florais. No coro-alto, encontra-se um órgão barroco de António Xavier Machado e Cerveira. A Basílica tem seis capelas laterais com acesso através de arcos em abóbada de berço de pedra calcária. A capela-mor encontra-se sob a cúpula, sendo o altar em calcário, com duas colunas de fuste liso e capitel coríntio. A pintura do altar-mor é de Pompeo Batoni, representando a consagração da devoção ao Sagrado Coração de Jesus.
A basílica da Estrela foi fundada pela rainha D. Maria I e foi a primeira basílica consagrada ao Sagrado Coração de Jesus. A planta em cruz latina foi inspirada tanto na Basílica de Mafra como também na maior parte das igrejas construídas após o terramoto de 1755. Inicialmente, estava ligada ao convento da Ordem Carmelita. A fachada, com o tradicional frontão triangular, é complementada com monumentais esculturas, duas elegantes torres sineiras e uma magnífica cúpula.
Evidência histórica e análise estilística.
Exterior
1779–1789
Joaquim Machado de Castro (1731–1822) e oficina: Alexandre Gomes [n.d.], João José Elveni (activo em 1747), José Joaquim Leitão (1731–1811), José Patrício (activo em 1779–1789); Faustino José Rodrigues [n.d.] e Giovani Chiari (activo em 1807–1808;1812–17)
No corpo central da fachada, encontram-se as esculturas alegóricas à Fé, à Devoção, à Gratidão e à Liberalidade e, no piso inferior, de lado, encontram-se nichos com imagens de Santa Teresa de Ávila e Santa Maria Madalena de Pazzi. Na secção superior, encontram-se esculturas de Santo Elias e de São João da Cruz. Coroando o grupo escultórico, o Sagrado Coração de Jesus é ladeado por dois anjos.
Exterior
1778/9–1789
Arquitectos: Mateus Vicente de Oliveira (1706–1786), Reinaldo Manuel dos Santos (n.d.–1790)
Inspirada na cúpula da basílica de Mafra, a cúpula da basílica da Estrela apresenta uma combinação de estilos com fortes influências do Rococó.
Interior
1778/9–1789
Arquitectos: Mateus Vicente de Oliveira (1706–1786), Reinaldo Manuel dos Santos (n.d.–1790)
Apesar de se verificar uma forte influência da arquitectura da basílica de Mafra, o interior da basílica da Estrela segue de perto os modelos das igrejas de Lisboa construídas após o terramoto de 1755.
Interior
1783
Joaquim Machado de Castro (1731–1822) e sua oficina
É o maior presépio do Barroco final em Portugal (3 x 5 x 4 x 5 metros), contendo cerca de 500 figuras representando seis narrativas bíblicas: Natividade; Anunciação aos Pastores; Adoração dos Magos; Adoração dos Pastores; Massacre dos Inocentes e Apresentação no Templo.
Interior
Primeira metade do século XIX
Faustino José Rodrigues [n.d.], Giovanni Chiari (activo 1807–1808; 1812–1817)
O túmulo de D. Maria I é totalmente feito em mármore branco, preto e rosa, sobre um plinto. Na fachada frontal, encontra-se uma inscrição que identifica a rainha, suportada por dois leões. O topo é decorado com um medalhão com a efígie da rainha D. Maria, ladeado por esculturas da Fama e Putto.
Machado, C. V., Colecção de Memórias, Lisboa, 1822.
Cidade, M. P., Memórias da Basílica da Estrela escrita em 1790, Coimbra, 1926.
Pais, A. M. N. da S., Presépios Portugueses Monumentais do século XVIII em Terracota, Lisboa, Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Nova de Lisboa, Lisboa, 1998.
Figueiredo, C., Alteração, Alterabilidade e Património Cultural construído: o caso da Basílica da Estrela, Lisboa, Tese de doutoramento apresentada ao Instituto Superior Técnico, Lisboa, 1999.
Rui Oliveira Lopes "Basílica do Sagrado Coração de Jesus" in "Discover Baroque Art", Museum With No Frontiers, 2024.
https://baroqueart.museumwnf.org/database_item.php?id=monument;bar;pt;mon11;16;pt
Autoria da ficha: Rui Oliveira Lopes
Número interno MWNF: PT 16